Eles vivem de encantar os olhos
Por Patrícia Morgado
Pintar, esculpir, tecer, desenhar são algumas das atividades de quem escolheu co mo profissão as Artes Plásticas. Para ser um profissional renomado, que consiga ter trabalhos expostos em museus ou ateliês, é preciso ter destaque no meio artístico, de preferência desenvolvendo estilo próprio.
As técnicas de inovação, que colocam o artista em ascensão, dependem de um conhecimento técnico e não somente de criatividade, como se pensava anteriormente. O artista plástico não se utiliza só de recursos artesanais, como pincéis ou martelos. A informática é hoje uma aliada nos trabalhos artísticos: computação gráfica e animação estão cada vez mais sendo exploradas.
Muitas faculdades fornecem o curso de artes plásticas, que dura em média quatro anos. As aulas mesclam muita teoria - conceitos de história da arte, teoria da comunicação e estética - e prática, onde o aluno aprende as técnicas de esculpir e pintar.
Patrício Dugnani, de 33 anos, coordenador do curso de Artes Plásticas da Faculdade Paulista de Artes, diz que "durante o aprendizado, abordamos toda a História da Arte. O artista precisa saber das técnicas e conceitos utilizados no passado, para formar os seus", afirma.
Conhecida no meio artístico como Inês Furtado, a artista plástica Maria Inês Agostinho Furtado, de 52 anos, dispensa a graduação para trabalhar no ramo. "Conheço muita gente que tem um curso superior e não sabe fazer o que faço. Acho que o importante é gostar do trabalho, escolher uma área de atuação e praticar o máximo possível", revela.
Proprietária da galeria de arte Creat If, Inês mantém sua renda dando aulas de decoração e pintura e vendendo quadros de sua própria autoria e de colegas. Ela acredita que o desemprego e a atual situação econômica do País afetam diretamente o trabalho dos artistas plásticos. "Com esta recessão, as pessoas acabam gastando com o que consideram essencial e deixam a arte para segundo plano. Por isto, é importante saber fazer um pouco de tudo", ressalta.
Formada desde 1996 pela Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), Cynthia Gyuru, de 26 anos, começou a trabalhar antes mesmo de terminar o curso. Já no terceiro ano, passou a vender peças de porcelana que pintava. Assim que terminou a faculdade, criou com uma amiga o ateliê Ola, onde comercializa todo o tipo de acessórios artesanais para o lar. "Fazemos cortinas de miçanga, luminárias e elaboramos desenhos que são pintados tanto em louças quanto em almofadas", afirma.
A renda do profissional de Artes Plásticas depende muito do setor que está sendo trabalhado e do prestígio. Para os que trabalham com pintura, por exemplo, varia de R$ 500 a R$ 2 mil reais.
Publicado originalmente no Jornal Diário Popular em 15 de julho de 2001 - Caderno de Empregos - Ano 4 - número 204