Por Patricia Morgado
Apesar de escondidos em pequenos ou grandes laboratórios, o biomédicos realizam um trabalho fundamental para o diagnóstico das doenças. Eles podem ser vistos como a alma dos laboratórios, já que toda a análise dos exames laboratoriais – de sangue, urina – é feita por esse profissional, que detecta a origem de novas moléstias. O campo de trabalho envolve diversos setores, como universidades, indústrias farmacêuticas e institutos tecnológicos ou de pesquisa. Apesar disso, a oferta de empregos é melhor que o número de formados nessa área. Isso porque há muitos biólogos, farmacêuticos e bioquímicos exercendo as mesmas funções de um biomédico.
Adriana Gomiero, 26 anos, é biomédica do laboratório Campana há quatro anos. Ela alega que o desemprego é um dos grandes problemas para quem escolhe a biomedicina como profissão. “Por isso, é preciso fazer de tudo para estar em evidência no mercado, como cursos de especialização, já que a aparelhagem que mexemos está cada vez mais moderna”, ressalta. Adriana administra o setor de sorologia, analisando de 1000 a 1500 exames por dia. A quantidade de trabalho, no entanto, não a deixa assustada. “Todo o esforço vale a pena. Não faria outra coisa na vida”, afirma.
Daniel Stankevicius, 25 anos, não só concorda com esta afirmação como segue o conselho à risca. Trabalhando em pesquisa na indústria farmacêutica Eversil, ele fez estágio desde o primeiro ano de faculdade. Hoje cursa o último ano e acredita que o sucesso depende do empenho de cada um. “O mercado está difícil. Por isso, é importante procurar um estágio”.
Com duração de quatro a cinco anos, o curso é voltado para a área de análises clínicas e pesquisa em laboratório. No último ano, o aluno tem de escolher uma área de atuação e realizar uma pesquisa. Ele pode especializar-se, por exemplo, em farmacologia (estudo dos medicamentos no organismo), genética – estudo da hereditariedade – e histologia, que estuda os órgãos e tecidos. Além disso, o aluno deve fazer um estágio obrigatório em hospitais ou laboratórios de análises clínicas.
Ingrid Dragar Taricano, 45 anos, é diretora do curso de Ciências Biomédicas da Universidade de Santo Amaro (Unisa). Ela acredita que um bom campo para os biomédicos é o de diagnóstico de imagens, como trabalhos de exames de tomografia e ressonância magnética. “É uma área que está crescendo, pois, cada vez mais, os grandes hospitais trabalham com este tipo de exame”, revela.
A média salarial para estes profissionais varia de R$ 700 a R$ 3500, dependendo do local e da carga horária de trabalho.
Publicado originalmente no Jornal Diário Popular em 3 de junho de 2001 – Caderno de Empregos – Ano 4 – Número 198