Os requisitados instaladores e reparadores
de linhas telefônicas

Por Patrícia Morgado


Quando o escocês Alexander Graham Bell e o seu companheiro Thomas A. Watson criaram o telefone, em 1875, não poderiam imaginar que sua invenção se tornaria um dos instrumentos mais utilizados pelas modernas sociedades.

Para se ter uma ideia da extensão e importância do telefone, a cidade de São paulo dispõe de 4,7 milhões de linhas em funcionamento. Para suprir a demanda, as empresas de telefonia têm investido em tecnologia de ponta, infraestrutura e atendimento.

É neste campo que entra em cena os instaladores e reparadores de linhas telefônicas, também conhecidos como irlas. Estes profissionais, que executam tarefa de levar o cabo de telefonia aos postes e aos usuários, cumprem rotina de trabalho de aproximadamente 10 horas e chegam a instalar cerca de 100 linhas por mês. Os salários sempre vinculados ao tempo de experiência variam e R$ 400 a R$ 1 mil mensais.

Emilson Soeiro, professor de instalação na escola Bell Solution, acredita que as chances de trabalho são grandes para aqueles que pretendem ingressar na profissão. "Como o curso aborda técnica e prática, o aluno tem condições de se iniciar como instalador e depois se aperfeiçoar em outros segmentos, como reparador ou técnico de telefonia", afirma.

Ezequiel Rodrigues do Nascimento, de 38 anos, trabalha há 14 na empresa Mil Fones fazendo instalação de linhas e ramais em prédios. "Depois que o engenheiro determina a capacidade de telefonia do edifício, faço todo o cabeamento interno", conta. Para ele, uma das grandes dificuldades no dia-a-dia de trabalho é a instalação em prédios muito antigos. "Às vezes, o tubo por onde a fiação de telefonia deve passar é pequeno e não comporta a quantidade necessária", alega.

Sidnei José Pedroso, de 29 anos, entrou para o ramo, há sete e trabalha também com reparos. Ele acredita que o profissional deve ser atencioso e cuidadoso. "É importante usar os equipamentos de segurança, para evitar acidentes." E recomenda aos iniciantes: "deve-se gostar do serviço e não se importar em trabalhar em finais de semana e feriados, pois o dia-a-dia é muito corrido".

Publicado originalmente no Jornal Diário de S.Paulo em 31 de outubro de 2001 - Empregos - Ano 4 - número 218