Por Patricia Morgado
Um trabalho que não tenha horário fixo e que seja diferente a cada dia. Ilusão? Nem sempre. Para os consultores, esta exceção é praticamente a regra. Isso porque esse profissional é solicitado toda vez que surge um problema numa empresa, para criar soluções e alternativas.
O consultor precisa ter total conhecimento da área em que vai atuar que pode ser financeira, empresarial, tecnológica, de comunicações, recursos humanos e muitas outras. Afinal, sua função é facilitar a atividade de seus clientes e, na maioria das vezes, aumentar-lhes a produção com a introdução de novas tecnologias ou alteração das normas pré-estabelecidas.
Para trabalhar nesse ramo é necessário ter disponibilidade de horário, pois o ritmo de trabalho depende dos prazos estipulados pelos clientes. Dessa forma, o consultor pode trabalhar de 8 a 14 horas por dia, dependendo do trabalho a ser realizado.
Alberto Von Ellenrieder, 63 anos, sócio-diretor da empresa Boucinhas & Campos Consultores, divide as empresas de consultoria em dois ramos: as generalistas – que fazem todo o tipo de consulta – e as especialistas – que resolvem problemas específicos. Ellenrieder afirma que o segredo de trabalhar ou não sobre pressão depende da metodologia. “O consultor deve ser organizado e seguir uma proposta de trabalho definida”. Para ele, o consultor “diz o que fazer, como fazer e, em alguns casos, possui autonomia para tomar algumas decisões”.
Eduardo Pessetto, de 36 anos, trabalha com consultoria empresarial da BDO Directa Consultores há 13. Formado em Administração e Análise de Sistemas, decidiu entrar na área para fugir da rotina. “Percebi que era um ramo que me abriria muitas portas. Hoje, raramente faço a mesma coisa”, ressalta. Não existe um curso superior específico para quem pretende se tornar um consultor. Na área financeira, por exemplo, é possível fazer faculdade de Administração de Empresas, Economia ou Ciências Contábeis. “O importante é ter iniciativa e estar sempre pesquisando e buscando soluções ao cliente”, afirma Pessetto.
A média salarial, assim como a rotina de trabalho, é variável, podendo, em casos extremos, superar a dos executivos das empresas.
Publicado originalmente no Jornal Diário Popular em 10 de junho de 2001 - Ano 4 - Número 199