Detalhes que fazem a diferença


Por Patrícia Morgado

Depois de muita espera, seu currículo foi escolhido para participar de um processo seletivo. Antes de comemorar e achar que a vaga está garantida, é preciso prestar atenção em outros detalhes igualmente importantes, que fazem toda a diferença durante a próxima etapa desta avaliação.

Antes de encarar o entrevistador, é preciso obter todas as informações possíveis sobre a organização. Saber qual o ramo de atividade, área de atuação, metodologia de trabalho, se possui filiais e como lida com seus funcionários é primordial tanto para a empresa, que verá no candidato maior interesse sobre a vaga, quanto para o selecionado, que terá informações que podem ser úteis para seu futuro profissional, caso seja o escolhido.

Como se vestir

Muita gente pensa que o modo de se trajar não faz diferença nestas ocasiões. No entanto, não é dessa forma que os selecionadores encaram esta questão. Na análise desses profissionais, a pergunta que fica é "O que quero para a minha empresa?" E é com esta pergunta que avaliam e escolhem.

Alani Ribeiro, de 36 anos, selecionadora da Newtime Assessoria em Recursos Humanos, acredita que os candidatos devem comparecer ao recrutamento utilizando roupas discretas com cores clássicas, como azul-marinho, preto e cinza. "Se não for um cargo que exija o terno e a gravata, os homens podem vestir camisa e calça social. Já nas mulheres é recomendável um terno, uma camisa ou uma saia na altura do joelho", afirma.

Se estas são as roupas mais apropriadas, existem outras que são proibidas no guarda-roupa dos que estão à procura de emprego. Enquanto as mulheres devem evitar roupas decotadas, curtas, maquiagem em excesso e unhas pintadas com esmaltes escuros, os homens jamais devem comparecer à uma entrevista vestindo bermudas e calçando tênis.

Qual a diferença

Tantas restrições parecem ter uma explicação para a selecionadora da Newtime. "A aparência conta muito neste momento, pois a roupa faz parte da apresentação", ressalta.

Ricardo Cesar Munhoz, de 29 anos, gerente executivo da Paruziah, não só concorda com a afirmação acima como garante que são estes detalhes que diferenciam um profissional do outro. "O candidato deve ter marketing pessoal, honestidade e uma boa postura", alega.

Quando fala em postura, Munhoz engloba dentro deste quesito a parte comportamental do candidato. Pontualidade, objetividade e a maneira como senta, conversa, olha e responde as perguntas. "A pessoa deve manter a calma, não gesticular muito e passar empatia ao entrevistador", afirma.

Para ele é essencial demonstrar auto-estima, confiança e interesse nas expectativas que se tem da empresa. "O que menos importa é o que se vai ganhar e sim o que o cargo em aberto que a empresa tem para oferecer. Perguntar sobre salários e benefícios demonstra o desinteresse do candidato pela vaga. Deixe o selecionador fornecer estas informações. Fazer perguntas sobre a empresa e o recrutamento é muito mais construtivo e só traz vantagens ao candidato", garante.

Publicado originalmente no Jornal Diário de São Paulo em 11 de novembro de 2001 - Caderno de Empregos - Ano 4 - número 221