Um mercado que não pára
Por Patrícia Morgado
Se você é uma das pessoas que têm aversão a computadores e torce o nariz cada vez que ouve falar em chips, placa mãe e artigos eletrônicos, é bom saber que os técnicos de suporte ou analistas, como também são chamados, tem ganhado um bom dinheiro para consertar e configurar micros.
Nos últimos anos, muita gente tem adquirido computadores. Com o crescimento desses aparelhos, lojas que antes só vendiam os micros passaram a montá-los. Com isso, a contratação dos técnicos de suporte aumentou. O coordenador técnico do curso de Configuração de Micro do Senac, Alcindo Daniel Favero, de 47 anos, afirma que os interessados devem ter no mínimo conhecimentos básicos em informática. “Geralmente quem entra para esta área já teve algum tipo de vivência com computadores. Para aqueles que nunca fizeram nenhum tipo de curso, é necessário ter conhecimento no sistema operacional Windows.”
Trabalhando na área há seis anos, o técnico de suporte em rede Adriano Domingues, de 24 anos, ressalta que os profissionais devem ser dinâmicos, curiosos e até autodidatas. “É preciso gostar muito de ler e se interessar por todas as inovações que surgirem na tecnologia.”
Domingues decidiu entrar para a área por considerá-la promissora. Hoje faz instalação de programas montagem e manutenção de computadores, entre outras atividades. Para ingressar na profissão, ele fez colegial técnico em processamento de dados. Na busca de melhores conhecimentos, ele fez também o curso universitário Ciências da Computação e pós-graduação em Banco de Dados. No entanto, ele não considera a faculdade requisito fundamental para ser um técnico de suporte. “Existem empresas que valorizam muito mais profissionais que possuem cursos especializados. Neste caso, a faculdade não faz muita diferença”, ressalta. Mesmo assim, ele considera o estudo a melhor arma para o trabalho.
O analista de suporte sênior Alessandro dos Santos André, de 24 anos, trabalha na União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) há um ano e sete meses. Como logo cedo percebeu que a informática era a sua vocação, fez colegial técnico em informática e dois cursos: manutenção e programação. “Sempre gostei de eletrônica e de mexer em computadores”, afirma. André administra toda a rede da empresa e é responsável pela compra de softwares e controle dos usuários. Para ele, o mercado de trabalho é muito amplo. “Trabalho é o que não falta neste setor. As pessoas que tiverem a formação necessária conseguirão se destacar e ter um bom lucro”.
Segundo Favero, as pessoas que procuram o curso estão em busca de uma profissionalização, para trabalhar em loja especializas na montagem de micros ou para montar o próprio negócio. A média salariam para estes profissionais varia de R$ 800 a R$ 3000, dependendo do grau de conhecimento de cada um. “A área e promissora, e quem se dedicar bastante com certeza terá retorno”, completa Domingues.
Publicado originalmente no Jornal Diário Popular em 11 de maio de 2001 - Caderno de Empregos - Ano 4 - Número 195