Por Patricia Morgado
O fresador constrói peças de madeira ou metal para manutenção, conserto e regulagem de máquinas utilizadas nas indústrias de metalurgia e automobilismo.
O trabalho de fresagem, em geral, é feito manualmente. Quem realiza esse tipo de serviço é conhecido como fresador mecânico ou ferramenteiro. O primeiro constrói peças consideradas mais simples, como suportes e engrenagens, o outro formula peças que necessitam de acabamentos mais finos. É possível também realizar a produção de ferramentas por meio de tecnologia. O profissional pode operar computadores, sistema conhecido como Comando Numérico Computadorizado (CNC), controlando a máquina para fabricar utensílios.
Antes de iniciar o trabalho, o fresador recebe um desenho de como a peça deverá ser feita. O profissional então tem que interpretar a imagem, verificar quais materiais deverá utilizar e calcular quantos e quais deslocamentos a máquina deve fazer para a peça ficar pronta.
Para trabalhar nessa área é preciso ter conhecimento em mecânica - como ajustadores, ajudantes, torneiros ou como mecânicos de manutenção - ter facilidade para lidar com cálculos e formar-se num dos cursos oferecidos no mercado. A escola Senai Roberto Simonsen dá aulas desde 1943 para esta especialização. Alcindo Daniel Favero, de 48 anos, coordenador técnico do curso, acredita que a profissão está em ascensão. "Com a automatização das fábricas, o fresador que controla o sistema CNC tem maiores chances de ser empregado", afirma.
Atento ao avanço tecnológico, Aumir Antunes Graciano, de 37 anos, trabalha desde os 30 com o sistema CNC na empresa Longo Indústria e Comércio de Máquinas Têxteis. "O computador permite construirmos até 10 peças num único dia", explica. Ele acredita que as máquinas computadorizadas facilitaram muito o processo de trabalho. "Alguns movimentos, que tinha dificuldade de executar quando era ferramenteiro, são feitos nesse processo".
Na contramão dessa informação, o fresador José Sanches, de 76 anos, prefere trabalhar como ferramenteiro. Com 50 anos de experiência, ele conta que no início sentiu muita dificuldade para entrar para o ramo, pois não tinha confiança em seu trabalho. "Os macetes só aparecem com o tempo. Hoje, desenvolvo qualquer peça que solicitarem", afirma. Sanches trabalha na Cristal Formas Indústria e Comércio de Plásticos, fabricante de formas para bombons, onde fabrica de cinco a seis formas por mês.
"Recebemos o desenho do bombom e fazemos a forma de acordo com a imagem. O processo é trabalhoso e mais demorado, mas o resultado não deixa de ser positivo". A média salarial para quem está iniciando é de R$ 600, podendo chegar a R$ 1500.
Publicado originalmente no Jornal Diário Popular em 1º de julho de 2001 - Caderno de Empregos - Ano 4 - número 202