Homens procuram esteticistas


Por Patrícia Morgado

Em busca de rostos e corpos perfeitos, homens e mulheres têm se rendido cada vez mais a uma série de tratamentos estéticos. No mercado da beleza, os esteticistas tem obtido grandes vantagens em razão do preço baixo que cobram e dos poucos riscos que oferecem aos clientes, se comparados aos da cirurgia plástica.

Em nome da beleza alheia, esses profissionais fazem de tudo um pouco: massagem, confecção de máscaras faciais, aplicação de produtos de hidratação e retardamento do envelhecimento da pele.

A gerente corporativa do Centro de Tecnologia em Beleza Estética do Senac, Vera Lúcia Marques, de 35 anos, acredita que a área têm se desenvolvido muito devido à crescente preocupação do público masculino com a vaidade. "Hoje em dia falar em beleza significa falar em bem-estar, saúde e qualidade de vida. É um produto que sempre terá compradores no mercado", revela.

De acordo com Vera, o esteticista só pode trabalhar sem a ajuda de um médico em tratamentos de embelezamento simples, como limpeza de pele e massagens. Se a paciente tiver problemas como gorduras localizadas, acne e pele envelhecida, ela deverá primeiramente passar por um diagnóstico médico. Neste caso, o profissional deverá trabalhar junto a um médico em clínicas especializadas. "O esteticista não pode prescrever um tratamento que envolva riscos à saúde. Neste caso, ele precisa de um acompanhamento médico, pra avaliar o que pode ser feito no paciente", explica.

Por isso, existem dois tipos de esteticistas: os faciais, que cuidam e hidratam a pele - por meio de tratamentos como hidratação e limpeza - e os corporais, que combatem problemas de flacidez, celulite e gordura localizada. Esses dois métodos são ensinados juntos ou separadamente nos cursos de esteticistas do mercado. O tempo de duração do curso varia de seis meses a dois anos. Com o diploma em mãos, é possível trabalhar em spas, clínicas médicas ou de estética, academias, salões de beleza ou até mesmo num negócio próprio.

Laércio Alves de Siqueira, de 39 anos, tornou-se esteticista da clínica Belviso Estética há 19 anos, antes mesmo de terminar o curso que realizava. Hoje, ele faz principalmente tratamento de lifting, peeling e limpeza de pele. "O problema é fazer com que as pessoas passem a considerar os tratamentos estéticos como algo essencial. Para isso, utilizo de todos os artifícios para manter um número fixo de clientes, como descontos nos meses de aniversário. Par ser bem-sucedido, não basta só confiança do paciente, propaganda também é importante", afirma.

Esteticista facial e corporal, Meire Aparecida Rosa, de 34 anos, está na área há 15 e acredita que a procura pelos seus serviços tem seus altos e baixos. "Com a chegada do verão, muitas pessoas vão aos centros de estética. Nas férias o movimento é bem menor", afirma. Atendendo um público diversificado, ela ressalta que muitas pessoas procuram pelos serviços com a esperança de que o tratamento será rápido, o que nem sempre é possível "O tratamento estético não faz milagres e os resultados só aparecem com o tempo. Tudo dependerá de cada paciente."

A média salarial para estes profissionais dependerá do número de consultas que forem feitas. Alguns esteticistas preferem cobrar por sessão, enquanto outros fazem pacotes promocionais. O valor de uma consulta de limpeza de pele com uma hora e meia de duração gira em torno de R$ 40.

Publicado originalmente no Jornal Diário Popular em 12 de agosto de 2001 - Caderno de Empregos - Ano 4 - número 208