Por Patricia Morgado

Os inspetores de risco possuem papel importante dentro de uma empresa. Eles são responsáveis pela segurança e preservação da saúde de todos os funcionários. Como anjos, eles devem detectar a presença de situações de risco aos empregados e eliminá-las, como fios desencapados, problemas na estrutura do edifício ou riscos de incêndio. A área de atuação nesta profissão é bastante extensa. Desde pequenas empresas até as grandes indústrias contratam os serviços desse profissional para diminuir acidentes no local de trabalho.

O inspetor de risco realiza tanto a fiscalização ao ambiente quanto a conscientização dos funcionários no manuseio dos equipamentos. Além disso, cabe a ele também convencer o próprio empregado a comprar materiais apropriados. A inspetora Thaís Alves de Souza, 26 anos, trabalha na área hospitalar e acredita que o êxito de sua profissão depende do respeito que os demais funcionários depositam no seu trabalho. "Não adianta gastar muito com a prevenção de acidentes se não há conscientização por parte das pessoas para evitar os problemas", esclarece.

Para conquistar a confiança dos empregados, a ponto de todos seguirem as normas de segurança, é preciso ter muita paciência e perseverança. O inspetor de risco realiza palestras, seminários e visitas diárias em cada departamento para explicar as causas mais comuns de acidentes e o que deve ser feito para preveni-los. Armando Augusto Martins Campos, 43 anos, é engenheiro e coordenador do curso técnico de segurança do Senac. Ele passou a trabalhar na área de segurança após presenciar alguns acidentes na empresa onde trabalhava. Autor de dois livros sobre acidentes no trabalho, Campos afirma que as empresas têm metas de seguranças a cumprir, o que torna a presença do inspetor essencial. "A imagem positiva de uma empresa no mercado de trabalho depende da forma como ela trata seus funcionários. Quanto menor o número de acidentes de trabalho, maior é a sua credibiliade", explica o coordenador.

Para se tornar um inspetor de risco é necessário ter no mínimo 17 anos e o segundo grau completo. Escolas técnicas oferecem o curso específico, que tem duração de 18 meses. Nas aulas, os alunos aprenderão como orientar e coordenar a parte de segurança de uma empresa. Além disso, saberão investigar os riscos e as causas dos acidentes ocorridos num ambiente de trabalho.

Ivanilda Amaral dos Santos, 27 anos, diariamente faz vistorias técnicas na fábrica de Biscoitos Festiva, onde trabalha há dois anos. "Se encontro alguma anormalidade, faço o possível para eliminar o problema sem aumentar os gastos no orçamento mensal da empresa", alega. Ivanilda diz que os problemas não são constantes e que a cada momento podem surgir novas formas de riscos. "Para estar atualizado sobre as formas de prevenção é preciso assistir seminários e palestras sobre o tema, que ocorrem constantemente", afirma.

Saskia Lopes de Macedo, 25 anos, sempre procura atualizar-se profissionalmente. Responsável pela segurança de profissionais da construção civil, ela acredita que o inspetor de risco deve ser um profissional em busca de inovações na área. "As indústrias já perceberam que é preciso investir em segurança, pois, funcionário satisfeito produz muito mais", revela.

A média salarial do inspetor de risco é de R$ 1200, com uma rotina de oito horas de trabalho diárias.

Publicado originalmente no Jornal Diário Popular em 3 de junho de 2001 - Caderno de Empregos - Ano 4 - Número 198