O idioma como diferencial


Por Patrícia Morgado

Quem disse que um bom funcionário só precisa ter competência? Além da capacidade e da sede por novos desafios, o "profissional do novo milênio" deve ter algumas características adicionais.

Segundo o diretor geral da empresa Manpower, Augusto Cesar Calado da Costa, de 43 anos, três itens diferenciam um candidato à procura de emprego: a escolaridade, a informação e o conhecimento de um outro idioma. "Com o aumento do desemprego, existem mais pessoas qualificadas no mercado. Por isso, as organizações preferem contratar quem já possui fluência em outras línguas", alega Costa.

Os que não possuem condições de fazer uma viagem internacional, podem fazer os diversos cursos de inglês existentes no mercado. De olho neste segmento, algumas escolas têm criado diferentes métodos de aprendizagem para atender as necessidades do mercado.

A escola Yázigi Internexus é uma delas. Desde agosto deste ano, ela lançou cursos com diferentes metodologias de ensino. Entre eles, podemos citar o Business on Line, um curso totalmente virtual, modular e temático, onde, por meio de chats (salas de conversação) e exercícios o aluno pode criar o seu próprio ritmo de estudo, tendo o auxílio de um professor online, que pode ser consultado a qualquer hora.

Sueli Budet Glebocki, de 41 anos, gerente de produto da Yázigi, acredita que a escola segue uma tendência mundial. "A vantagem desse sistema é que o aluno escolhe o assunto e verifica o seu nível de conhecimento por meio dos testes que executa", afirma. Segundo ela, as empresas estão mais exigentes e esperam um resultado rápido e preciso do curso.

Mas não é só a concorrência e a instabilidade que têm feito do inglês um dos recursos mais procurados. Dados de uma Pesquisa Salarial feita pelo Grupo Catho mostram que a remuneração aumenta com a fluência. Por isto, muitos profissionais têm corrido atrás do tempo perdido. O médico cardiologista Marcelo Conessa de Oliveira, de 36 anos, está cursando inglês há 3 meses pois acredita que saber uma outra língua é um diferencial importante. "Como sou médico, preciso me atualizar na área de medicina participando de congressos internacionais, lendo artigos de revistas especializadas, tudo em inglês. Por isto, é importante que eu saiba o idioma", afirma.

Publicado originalmente no Jornal Diário de S. Paulo em 21 de outubro de 2001 - Empregos - Ano 4 - número 218